"Malu,
Minha querida “Hanna”, como eu te conheci na Steam.
Você apareceu com tua voz doce e teu jeito leve, e de repente virou parte dos meus dias.
A gente jogava, ria, conversava… e sem perceber, tu foi se tornando abrigo.

Depois você sumiu.

Não era teu jeito.
E aquele silêncio virou um eco que me acompanhou por quase dez anos.
Até que, por destino ou acaso, encontrei tua sobrinha, e descobri que a tua ausência era, na verdade, despedida.

Doeu.
Mas entre a dor e a saudade, ficou o amor...
O amor sincero, feito de cuidado, de atenção, de partilhas pequenas e respeito.
Você doava tanto, Malu.
Dava afeto, tempo, escuta.
E às vezes parecia não saber o quanto era amada em volta.

Você foi luz mesmo nas tuas sombras.
Carregava dores antigas, mas ainda assim iluminava os outros.
E eu, que te amava profundamente e em silêncio, fiquei sem coragem de te dizer.
Não por falta de amor, por cuidado demais.
Não quis invadir seu espaço.
Hoje eu entendo: talvez o que você mais precisava era só alguém pra te ouvir mais,
você não precisava ser forte o tempo todo e nem se proteger de quem gostava de você.

Você marcou muita gente.
Cada um de nós guarda um ou mais pedacinhos seus — risadas, gestos, lembranças, partidas de jogo.
E eu guardo tudo, e mais, a tua voz, teu carinho, teu jeito misterioso e terno, alegre e sério, o contraste da leveza e a maturidade.
Faltam palavras para dizer tudo.

Você era mesmo boa demais pra esse mundo,
e mesmo que ele não tenha te tratado bem, você deixou tua marca nas almas de quem teve o privilégio de te conhecer.

Perdoa quebrar as suas regras de privacidade e discrição,
mas agora, além te todas as lembranças e principalmente da tua voz,
eu tenho um rosto pra lembrar.
Um rosto que desde a primeira vez que vi, parecia que eu já conhecia.

E toda vez que penso em ti,
sinto como se o tempo parasse —
e por um instante, você fica online de novo.

Adeus, Malu.
Te amo. Pra sempre. ♥️💫"